Como a atuação do cooperativismo, a Sicredi Aliança PR/SP, aliada ao suporte da Ocepar, dá condições de desenvolvimento para produtores rur...14 minutos de leitura
Como a atuação do cooperativismo, a Sicredi Aliança PR/SP, aliada ao suporte da Ocepar, dá condições de desenvolvimento para produtores rurais e para as comunidades sustentadas por essa produção
Acordar às 7h, preparar um chimarrão e tomá-lo em família, sem aquela pressa para começar o trabalho antes mesmo do sol nascer. Um desejo simples, mas interpretado como um grande privilégio pelos produtores rurais, especialmente os bovinocultores de leite.
Um exemplo é a rotina da família Steffens, de Quatro Pontes, no Oeste do Paraná. Ela sempre foi pautada por esse senso de urgência que já começava na madrugada: quando o relógio marcava 5h e a cidade ainda estava em sono profundo, Paulo e a esposa já estavam na lida da ordenha.
Era assim desde 2000, de domingo a domingo, de 1º de janeiro a 31 de dezembro. Até que, 21 anos depois, um sonho antigo se concretizou: a porteira da propriedade rural foi aberta para uma tecnologia que transformou a qualidade de vida da família, o bem-estar animal e elevou a produtividade.
A ferramenta que permitiu essa mudança foi a ordenha robotizada. Com ela, foi possível diminuir em grande escala a necessidade de mão de obra e ampliar a produção de leite.
“O primeiro encontro com esse sistema foi em 2017. A gente visitou propriedades que tinham ordenha robotizada e ficamos imaginando se, daqui a 10 anos, poderíamos ter um sistema assim. Isso ficou matutando na cabeça da gente, mas víamos como algo muito distante porque o custo de instalação era muito alto”, conta Paulo.
“Em 2021, no meio da pandemia, íamos dobrar a capacidade do sistema convencional que a gente já tinha, mas as empresas não conseguiam fornecer equipamento, estava faltando tudo. Por fim, foi uma luz. Cancelamos esse projeto convencional e voltamos a estudar sobre a robotização e aí não teve mais volta: calculamos, visitamos propriedades novamente e batemos o martelo. E desde outubro de 2021 a ordenha robotizada já está operando”, complementa Paulo Steffens.
Foi na cooperativa de crédito Sicredi Aliança que a família Steffens encontrou respaldo para viabilizar o projeto. E assim o investimento aconteceu.
“A primeira conta que eu abri quando casei foi no Sicredi. E assim continua. Todos os investimentos foram feitos pela Sicredi, que sempre ajuda nos custeios, sempre orienta e estimula… Foi como um pai que estendeu a mão e financiou esse projeto para nós”, agradece o bovinocultor.
Cooperativismo: garantindo sucessão familiar e desenvolvimento para as comunidades
Essa é uma história que exemplifica muito bem como o círculo virtuoso do cooperativismo funciona. Em cerca de 6 meses com a tecnologia instalada na propriedade, o produtor rural praticamente dobrou a produção de leite.
Antes, a média diária era de 1.300 litros por dia, e agora chega a 2.200 litros. Um aumento significativo que gera um crescimento em cadeia.
“O dinheiro que gira na minha propriedade automaticamente gera renda para o meu município: desde a obra que a gente fez, contratação de trabalhadores de construção civil, metalúrgica, compra de máquinas novas para tratar animais… E eu foco muito em comprar no mercado local. Isso acaba estimulando a indústria daqui”, ele continua.
“Nosso município é pequeno, tem pouco mais de 4 mil habitantes e a nossa cidade depende do agro. Num momento em que há uma frustração de safra ou alguma atividade que está em crise, o comércio sente. E o contrário também acontece. A roda gira dependendo um do outro”, ressalta Elaine Sanders, gerente da agência Sicredi de Quatro Pontes.
“Quando há o crescimento de um associado, todo mundo ganha. A cooperativa cumpre seu papel enquanto instituição financeira, mas o associado crescendo vai gerar renda e mais recursos. Quando o associado investe no Sicredi, nós conseguimos retornar isso como forma de incentivo e a comunidade recebe esse benefício, formando o círculo virtuoso, quando todos saem ganhando”, complementa a gerente.
“Quando há o crescimento de um associado, todo mundo ganha. A cooperativa cumpre seu papel enquanto instituição financeira, mas o associado crescendo vai gerar renda e mais recursos”
Se o impacto do crescimento de um único associado já é muito positivo, imagina o quanto isso se multiplica num cenário que engloba mais de 57 mil associados em 19 municípios?
A Sicredi Aliança PR/SP ajuda a promover essas transformações por meio de 22 agências espalhadas por cidades do Oeste do Paraná e do norte de São Paulo.
E o volume financeiro que envolve os projetos de produtores rurais financiados pela cooperativa é bem expressivo: o total da carteira de crédito rural no primeiro trimestre de 2022 foi de R$ 620 milhões.
No mesmo período de 2021, esse valor era de R$ 521 milhões, um crescimento de 19%. Inovar e crescer também são determinantes para que as famílias permaneçam no campo.
A propriedade de Quatro Pontes um dia foi do pai de Denise, esposa de Paulo. Foram os pais dela que deram início à atividade leiteira que o casal não continuou, mas fez evoluir.
Nascidos e criados praticamente “entre as vacas”, Paulo e Denise construíram uma família que também respira esse ambiente: a primogênita Eduarda, de 17 anos, ajuda em tudo, fica responsável pelas novilhas e já participa da tomada de decisões; o caçula Giovani, de 10 anos, também já contribui muito com as atividades.
De geração em geração, o negócio dos produtores rurais vai passando e se desenvolvendo: pensando no futuro, Eduarda já cursa Gestão em Agronegócio. Sinal de que deseja continuar no ramo e levar para frente um legado do avô.
“Quando eu era criança, meus pais diziam: alguém vai ter que ficar aqui para tocar pra frente. E quando casei com Paulo, ficamos na propriedade. Fico feliz e agradecida por ter aceito essa proposta do meu pai, porque vejo a propriedade crescendo e vejo meu esposo e meus filhos crescendo por meio dela”, descreve Denise.
A engrenagem que gira em prol do cooperativismo
A cooperação está enraizada nesta família que toma o chimarrão enquanto distribui as tarefas do dia e discute em conjunto como melhorar as atividades rurais.
O espírito do cooperativismo habita esse bovinocultor que planeja investimentos e sabe onde encontrar apoio. Também mora nos colaboradores da cooperativa de crédito que sabem escutar, orientar e incentivar os projetos dos cooperados.
E todas essas camadas de cooperação são abraçadas por um sistema maior que garante a organização de todos os tipos de cooperativa — crédito, produção ou saúde —, defendendo os interesses do cooperativismo e prestando serviços que visam o crescimento das comunidades cooperativas.
No Paraná, quem desempenha esse papel é o Sistema Ocepar, formado por três sociedades distintas, sem fins lucrativos:
➝ Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná – Ocepar
➝ Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo – Sescoop PR
➝ Federação e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná – Fecoopar
O produtor encontra nesse modelo o sistema ideal de organização, de fluidez e segurança para investir, produzir e comercializar.
Completando 50 anos, o Sistema Ocepar desempenha papel de “porto-seguro” da cadeia produtiva.
Somente do agronegócio, são 61 cooperativas distribuídas pelo território paranaense, que somam 178 mil cooperados, responsáveis por um faturamento de mais de R$115 bilhões por ano.
Uma engrenagem eficiente, que reflete na geração de empregos, no equilíbrio da balança comercial do país e na qualidade de vida das comunidades do Paraná.
“A relação da Sicredi Aliança com a Ocepar vem desde o início da cooperativa, lá nos anos 80. Quando nosso grupo de associados fundadores queria formalizar a criação da cooperativa, teve todo esse apoio da organização. Naquela época, as cooperativas de produção eram as grandes idealizadoras do movimento e as cooperativas de crédito estavam começando a caminhar. A Ocepar deu todo apoio para essa fundação. E nosso relacionamento segue forte”, relata Fernando Fenner, diretor-executivo da Sicredi Aliança PR/SP.
Ele ainda acrescentou sobre o quanto a atuação da organização foi fundamental para que as cooperativas paranaenses pudessem enfrentar os desafios da pandemia de Covid-19.
Com esse suporte, a história de uma pequena propriedade leiteira no interior do estado reverbera, ganha desdobramentos, gera reflexos, se soma e se entrelaça com outras tantas histórias de cooperação.
“Sem o cooperativismo a gente não teria esse crescimento, esses municípios desenvolvidos, bem organizados, essa produção que se destaca no Brasil e no mundo, porque o mundo come o alimento que é produzido nesse chão onde as cooperativas atuam”, enaltece o produtor Paulo.
“Quando vejo associados, como o Sr. Paulo, realizando seus sonhos, trazendo inovação e servindo de exemplo e inspiração para demais associados, temos certeza de que estamos reforçando ainda mais o nosso papel enquanto cooperativa, que é colaborar com as regiões onde estamos inseridos, gerando resultados positivos para todos. Essa é a razão de ser cooperativa”, finaliza Fenner.
Se aprofundando na evolução rural
Logo que a família Steffens recebeu a novidade tecnológica na propriedade, nossa equipe fez uma visita para registrar essa evolução em vídeo. Confira:
E se assuntos relacionados ao cooperativismo fazem você querer aprender cada vez mais, o ColaboreSe traz mais conteúdo para te abastecer!
Agora, em áudio, basta dar o play neste episódio do SolutionCast, o podcast da Sicredi Aliança PR/SP e ouvir um bate-papo enriquecedor sobre o assunto!
*Este conteúdo pertence ao Sicredi Aliança PR/SP, que apoia projetos sociais em prol do crescimento social. Saiba mais sobre nós aqui.
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