Programa a União Faz a Vida: a educação colaborativa que transforma vidas

Conheça o Programa a União Faz a Vida que, por meio de uma educação colaborativa e cooperativa, atua na transformação da sociedade


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Programa a União Faz a Vida: a educação colaborativa que transforma vidas

Conheça o Programa a União Faz a Vida que, por meio de uma educação colaborativa e cooperativa, atua na transformação da sociedade

Criado há 25 anos, o Programa a União Faz a Vida atua junto às escolas em busca de melhorias na educação. 

A partir de uma metodologia própria de ensino, que tem sua base em valores cooperativos, colaborativos e no protagonismo do aluno, o programa já beneficiou mais de 3 milhões de crianças e adolescentes em mais de 370 municípios brasileiros.

O presidente nacional do Sicredi e da Central Sicredi PR/SP/RJ, Manfred Alfonso Dasenbrock, comenta que o programa “resgatou ao longo do tempo algo muito importante: a motivação dos professores, que está cada vez mais crescente”. 

Ainda complementou dizendo que a iniciativa tem sido um suporte importante para as escolas e, por isso, é crescente a adesão de instituições de ensino e municípios.

Um dos diferenciais do Programa a União Faz a Vida é impactar positivamente em relação aos conceitos de cidadania, solidariedade e cooperação. 

“Essas crianças e adolescentes vão levar esses conceitos com o projeto como a atuação coletiva e em prol de uma causa. A educação e o interesse pela comunidade fazem parte do nosso princípio para que tenhamos uma sociedade realmente melhor. Para que possamos formar futuros representantes com esse espírito de cidadania muito mais ampliado, real e conectado com as necessidades das pessoas”, completa Manfred.

O ColaboreSe conversou com Francielle Trento, assessora de desenvolvimento do cooperativismo na Sicredi Aliança PR/SP, sobre a história do programa e sua importância nas comunidades onde atua. Você confere a entrevista completa a seguir.

O programa já beneficiou mais de 3 milhões de crianças

Como surgiu a ideia do Programa a União Faz a Vida?

Em 1992, o Sistema Sicredi lançou sua marca própria e, a partir dessa união de várias cooperativas para a formação de uma única marca, ficou evidente a necessidade de incentivar a educação colaborativa voltada para a formação de cidadãos. 

Em 1993, foi feita uma parceria com o Centro de Desenvolvimento e Pesquisa sobre Cooperativismo da Universidade do Rio dos Sinos, em São Leopoldo  — RS —, para o desenvolvimento de um programa de educação cooperativa.

O Programa A União Faz a Vida — PUFV — surgiu no ano de 1995, com o objetivo de trabalhar temas como cooperação e cidadania, e é a principal iniciativa social do Sicredi. 

Sabe-se que, quanto mais cedo as crianças têm contato com esses valores, melhor elas desenvolvem sua vivência em comunidade, e cada vez mais promovem o crescimento da sociedade em que vivem e o desenvolvimento como indivíduo.

O projeto piloto foi implantado em Santo Cristo — RS. A partir de então, o Programa só cresceu, chegando a novas regiões do Brasil e ajudando a promover os princípios de cooperação e cidadania. Na Sicredi Aliança PR/SP, o PUFV — Programa União Faz a Vida — iniciou suas atividades em março de 2009, nas escolas públicas de Mercedes — PR.

Ficou evidente a necessidade de incentivar a educação colaborativa

Como funciona o Programa a União Faz a Vida?

O Programa adota uma metodologia própria baseada na proposta de transformar professor e aluno em protagonistas da educação colaborativa e aprendizado cooperativo, respectivamente. 

A metodologia tem o foco nos princípios de cooperação e cidadania. O Programa a União Faz a Vida está totalmente ligado ao currículo escolar. Os temas trabalhados estão articulados com os conhecimentos escolares, os projetos trabalham o saber globalizado e não o saber segmentado — com tudo o que os alunos vivem dentro e fora da escola — como forma de construir o conhecimento. 

As práticas despertam nos alunos uma nova forma de se comportar e de se ver no mundo; a forma como as crianças e as pessoas envolvidas no processo de aprendizagem se relacionam.

Qual é a metodologia do PUFV?

A partir do currículo escolar, o professor elabora uma pergunta exploratória que vai nortear o projeto, e delimitar quais serão os campos de conhecimento a serem trabalhados. 

Por meio das perguntas exploratórias surgem os interesses de conhecimentos, que estimulam o desejo de aprender do aluno. Esses temas servem como base para a determinação do território que será explorado pelos alunos.

Após a escolha do território, é realizada a expedição investigativa, que explora o prazer de descobrir e aprender. É por meio dela que professores e alunos saem dos muros da escola para a rua, de forma que possam ver, observar e experimentar. 

A finalidade da expedição investigativa é percorrer o território e, por meio do que é observado, encontrar e determinar um novo significado para aquele lugar — por onde as crianças circulam, aprendem e se divertem.

Várias ferramentas ajudam a desenvolver esse olhar para a comunidade, uma delas é o mapa do território que será explorado, que é visão diferente — com um olhar mais crítico — da comunidade em que se reside. 

Outra ferramenta é fotografar e entrevistar pessoas que convivem, trabalham ou habitam esses territórios e que são importantes fontes de informação. 

Com as perguntas e trocas de experiências, crianças, jovens e educadores despertam para novas relações com o meio onde vivem, descobrindo possibilidades de criar e intervir em seus territórios. 

Quando voltam da exploração do território, as crianças registram o que vivenciaram com maquetes, desenhos, cartazes, textos, fotos, etc.

Após esse registro, é definido o projeto que delimita um objeto sobre o qual se quer conhecer. Os alunos, junto com os educadores, decidem quais os temas mais importantes entre os que foram levantados, exercitando a tomada de decisões em equipe de forma democrática. 

Os projetos são desenvolvidos com base em três índices: 

  • Inicial: levantamento dos conhecimentos do que as crianças e adolescentes sabem sobre o tema
  • Formativo: organização das questões levantadas pelo grupo e que deverão ser respondidas por pesquisas individuais ou coletivas para desenvolver conhecimentos que ainda não possuem
  • Final: tomada de consciência, tanto do que foi aprendido quanto dos métodos que foram usados para a aprendizagem, e permite avaliar se os jovens e adolescentes estabeleceram novas relações com os conhecimentos que foram trabalhados, sendo este, o fechamento do projeto.

O PUFV está totalmente ligado ao currículo escolar

Quais são as etapas de ensino colaborativo no Programa?

O Programa atende crianças do maternal até o ensino médio, porque o Sicredi entende que a educação deve ocorrer em todos os níveis.

Existem metodologias próprias para atender tanto o ensino fundamental e médio, usando da curiosidade dos alunos e de uma forma lúdica e em consonância com o currículo escolar.

Da mesma forma, a metodologia é aplicada, com as devidas adequações, para trabalhar metodologias ativas com as crianças do maternal e educação infantil. Utilizando-se, assim, da curiosidade das crianças como descoberta para curiosidade e desenvolvimento. 

Além disso, é uma forma que o Programa União Faz a Vida encontra para envolver cada vez mais a comunidade e a família na vida escolar das crianças.

Como vocês percebem o impacto do Programa nas escolas participantes?

Em todas as escolas que possuem a parceria com o Programa nota-se, por meio de relatos da comunidade escolar, professores, pais e também dos próprios alunos, o quanto o “gosto por estudar” foi desenvolvido e novas formas de aprendizagem foram percebidas.

Infelizmente, algumas mídias das quais as crianças têm acesso — filmes, novelas, canais de mídia — transmitem a ideia de que a escola é um ambiente ruim. 

O PUFV consegue mostrar uma forma diferente de aprender, por meio da curiosidade que as crianças e adolescentes possuem — conectando essa curiosidade com o currículo da escola e transformando isso em ganho para a educação dos envolvidos. 

Além disso, vemos escolas melhorando suas estruturas, seus métodos de ensino, bem como a postura dos professores e gestores escolares, ao entender que a educação colaborativa vai muito além dos muros da escola, envolve a família, os pais, a comunidade da qual essa criança faz parte.

O PUFV consegue mostrar uma forma diferente de aprender

Qual a importância dos investimentos na educação?

O Sicredi tem a educação como a principal bandeira quando nos referimos a programas sociais. Por meio dela podemos formar cidadãos mais cooperativos e colaborativos. 

É pela educação colaborativa e cooperativa que a escola trabalha como agente transformador de cidadãos, famílias e comunidades. Acreditamos que esse investimento, seja de tempo, recursos financeiros, recursos pessoais ou recursos pedagógicos faz a diferença na vida das crianças e adolescentes.

Que tipo de lembrança vocês esperam que o Programa deixe nas crianças que estudam nas escolas participantes?

Que elas lembrem-se que os valores aprendidos no programa estão ligados com o que o Sicredi acredita: cooperação e cidadania. 

De modo que possam entender que a cooperação só existe por meio de ações coordenadas entre grupos de pessoas que tenham um objetivo comum, e não respeitando apenas os desejos de um pequeno grupo, mas, sim, respeitando a diversidade e promovendo a inclusão de todos na construção de uma comunidade mais justa.

*Este conteúdo pertence ao Sicredi Aliança PR/SP, que apoia projetos sociais em prol do crescimento social. Saiba mais sobre nós aqui.

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