Com ações sustentáveis e de valorização dos processos produtivos, empresas estão transformando o desenvolvimento sustentável e os produtos...10 minutos de leitura
Com ações sustentáveis e de valorização dos processos produtivos, empresas estão transformando o desenvolvimento sustentável e os produtos ecológicos em tendência
Mais do que uma criação apresentada nas passarelas, a moda ajuda a traduzir muito sobre a sociedade e o tempo em que é desenvolvida. Mas nunca se falou tanto sobre moda com propósito.
No passado, a confecção de calças femininas durante a Primeira Guerra Mundial atendeu à demanda de mulheres que precisavam trabalhar enquanto os homens estavam em combate. Em outros períodos, o estilo das fábricas, com as peças cargo, e das ruas, com o streetwear, ganharam as passarelas e o guarda-roupa de quem buscava por tendências.
Recentemente, o movimento sustentável, que propõe impacto positivo, vem ganhando destaque no mundo da moda. Marcas estão repensando processos produtivos para fomentar o desenvolvimento social, diminuir as consequências negativas no meio ambiente e até criar produtos ecológicos.
Estima-se que a indústria da moda utilize cerca de 93 bilhões de metros cúbicos de água todos os anos. Somado a isso, quase meio milhão de toneladas de microfibras são despejadas nos oceanos.
“Queremos desmistificar a ideia de que um produto ecológico não pode ser bonito”
Para aliar moda e consciência socioambiental, nasceu, em 2014, a Insecta Shoes. A marca brasileira de calçados não utiliza matéria-prima de origem animal. A produção é feita com sobras e tecidos de reuso, além da utilização do fio de garrafa pet reciclada. O solado é feito com borracha reciclada e todo o processo prevê pouca utilização de água.
“Queremos desmistificar a ideia de que um produto ecológico não pode ser bonito. Ecosexy é o termo que criamos para descrever a união da ética e da estética. Fazemos produtos com impacto visual, social e ambiental”, afirma a sócia-fundadora da Insecta Shoes, Barbara Mattivy.
A empresa atua com o conceito de economia circular. De acordo com a marca, em cinco anos foram produzidos mais de 28 mil sapatos. Nesse período, foram recicladas mais de 21 mil garrafas pet, cerca de 2 mil metros de tecido reaproveitados e mais de 6,6 mil quilos de borracha reutilizados.
Ainda segundo a empresa, com tecido de apenas um vestido que não é mais aproveitado, é possível fazer cinco pares de sapatos. E essa moda consciente está crescendo nos últimos anos. Em 2019, a Insecta lançou um centro de distribuição na América do Norte para a internacionalização dos produtos.
A expansão das marcas com impacto positivo também pode estar ligada ao comportamento do próprio consumidor. O acesso mais amplo às informações contribui para a formação de um público engajado, que fomenta o capitalismo mais consciente.
“A gente percebe que as pessoas ainda não estão convertendo 100% das suas compras em produtos de empresas conscientes. Mas elas já estão começando a consumir. Empresas que não tiverem uma causa clara vão perder atração e atenção do consumidor. Em um mundo transparente, como o que a gente vive, as empresas sem propósito tendem a desaparecer rapidamente”, afirmou o cofundador da Conscious Business Journey, Thomas Eckschmidt, em entrevista sobre capitalismo consciente para o portal ColaboreSe.
E, se o consumo consciente está virando moda, listamos outras marcas que ditam tendência sem esquecer do impacto positivo:
Outras marcas nacionais que ditam impacto positivo
A marca cearense produz bolsas artesanais de crochê, valorizando a colaboração, o esforço coletivo e as pessoas envolvidas no processo produtivo de cada item, em especial os artesãos.
As peças são confeccionadas em Fortaleza, no município de Itaitinga e no distrito de Aracatiaçu, no Ceará. Com as oficinas de artesão, a empresa trabalha para minimizar custos, garantindo que o valor justo pelo trabalho desenvolvido chegue até quem produz as peças.
A partir desta preocupação, a Catarina Mina tem, desde 2015, os custos abertos para o consumidor. A iniciativa pioneira no Brasil ajuda a valorizar o processo artesanal e tradições brasileiras no feitio do trançado e do crochê. A empresa também já desenvolveu parcerias com marcas como Água de Coco e Osklen para a divulgação e valorização do trabalho manual.
Com roupas infantis coloridas e produzidas com algodão orgânico, a empresa atua dentro do movimento de moda ética e sustentável. O negócio valoriza as cadeias produtivas e a remuneração justa, que vai desde o agricultor até o setor de confecção.
A Timirim também desenvolve uma relação de transparência com o consumidor, demonstrando os custos de cada etapa da produção. A marca ainda estimula o consumo consciente, ao utilizar embalagens recicladas e sem uso de plástico e possui certificação de Empresa B.
O selo é concedido às organizações que utilizam a força dos seus negócios para solucionar problemas ambientais e sociais.
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