Pesquisa científica: jovem professor da cidade de Cascavel estimula crianças e adolescentes a pesquisarem desde cedo

Escola especializada em tecnologia e pesquisa científica ajuda a resolver problemas reais da sociedade e coleciona prêmios com projetos de adol...

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Pesquisa científica: jovem professor da cidade de Cascavel estimula crianças e adolescentes a pesquisarem desde cedo

Escola especializada em tecnologia e pesquisa científica ajuda a resolver problemas reais da sociedade e coleciona prêmios com projetos de adolescentes 

Vem cá, responda com sinceridade as seguintes perguntas: 

  • Você sabia como construir um artigo científico até chegar naquela temida fase do TCC da faculdade? 
  • Já sabia como problematizar uma ideia, reunir bibliografia, coletar questionário, extrair estatísticas e chegar a uma conclusão viável para um projeto? 
  • Já tinha ideia de como usar regras da ABNT
  • Tinha eloquência para defender o trabalho na frente de especialistas? 

É bem provável que a resposta seja “não” para a maioria dos adultos que está lendo isso.

Converse sobre o assunto com as pessoas que já passaram por uma graduação e vai perceber que são raras as vezes em que alguém já chega no ensino superior sabendo do que se trata uma pesquisa científica e como conduzi-la. 

Nosso sistema educacional ainda não nos prepara para essa produção. Quando nos damos conta, “tcharam”: a vida acadêmica está em curso e a gente ainda não tem bagagem suficiente para encarar o lado científico da coisa.

E então, mais perguntas surgem:

  • Por que não incentivar que as crianças e adolescentes tenham contato com esse universo e aprendam, desde cedo, a ter olhos aguçados para a ciência? 
  • Por que não incentivar aquele aluno curioso, que está sempre querendo desmontar um negocinho aqui e outro ali para descobrir como ele funciona? 
  • Quantos pesquisadores estamos desperdiçando quando não damos a chance da criançada fuçar e desbravar? 

Já ouviu falar, por exemplo, que o cientista Stephen Hawking, acreditava que sua investigação em cosmologia foi resultado da vontade de conhecer o funcionamento das coisas quando ainda era criança?

Ele gostava de saber como funcionavam os brinquedos, ter controle sobre eles, e depois passou a construir seus próprios trenzinhos, aviões e barcos.

Podemos estimular mais essa vontade de conhecer profundamente o que há por trás das coisas e assim mudar os rumos da história com novas descobertas? O técnico em Eletrônica e acadêmico de Engenharia Elétrica Maycon Gustavo Oliveira Lourenço acredita que sim. 

A própria trajetória dele comprova essa convicção: aos 15 anos, ele começou a ter contato com a pesquisa científica. Hoje, aos 19, já é diretor e professor de uma escola especializada em tecnologia e iniciação científica para crianças e adolescentes, em Cascavel.

Quando nos damos conta, a vida acadêmica está em curso

“Percebo que as escolas ainda estão com ambientes muito fechados, pensando muito ‘dentro da caixa’. Geralmente aquele aluno que tem alguma dificuldade, tem uma série de alternativas: sala de recursos, aulas de apoio, ambiente multidisciplinar, etc. Mas estão esquecendo daquele aluno mais avançado, que geralmente termina as tarefas antes e tem sede de mais atividades”, comenta Maycon, que recebe na escola dele alunos, a partir de 4 anos, para lidarem com robótica e,  a partir de 8 anos, para entrarem no universo da pesquisa científica.

“Percebo que as escolas ainda estão com ambientes muito fechados, pensando muito ‘dentro da caixa’”

As feiras científicas das quais ele já participou como estudante, hoje, continuam fazendo parte da agenda, mas agora como professor

Ao longo de 2020, por exemplo, vários eventos espalhados pelo país estiveram no calendário e muitos deles renderam premiações: em 5 das 8 feiras que participaram, os alunos orientados por ele foram premiados.

Os alunos orientados por ele foram premiados

Recentemente, depois do bom desempenho em eventos nacionais, os estudantes ganharam credencial para apresentarem projetos em feiras internacionais de ciência e tecnologia, em 2021. 

  • Rafaela Ribas, de 13 anos, desenvolveu uma caixa de transporte de órgãos automatizada
  • Arthur Rothemburg, de 15 anos, criou um par de óculos de realidade virtual para tratar fobias
  • Gabriel Henrique Dagostim, de 17 anos, inventou pijamas que monitoram a temperatura corporal de bebês
  • Bernardo Damião Camargo, de 12 anos, pensou em uma plataforma de realidade aumentada para o estudo da paleontologia
  • Jean Rafael Kot, de 13 anos, desenvolveu um dispositivo de medição de temperatura e umidade para ambientes de trabalho

“A pesquisa ajuda cada um a se encontrar na sua área de atuação”

Cada um com seu foco, mas percebam pelos temas: todos eles, apesar de muito jovens, estão pautados por preocupações e necessidades reais da comunidade.

“Isso vai ajudar no enfrentamento de muitos problemas que as pessoas têm hoje em dia. Enxergo aqui futuros engenheiros, médicos e pesquisadores. A pesquisa ajuda cada um a se encontrar na sua área de atuação”, orgulha-se o professor.

Todos estão pautados por preocupações e necessidades reais da comunidade

Está curioso para conhecer quem são esses pequenos cientistas premiados? Continue acompanhando o ColaboreSe, já que, em breve, estará no ar uma série de matérias contando sobre os projetos de cada um! 

Enquanto isso, que tal um conteúdo extra sobre o tema? Ouça o episódio do ColaboreCast com o professor Maycon  respondendo ao seguinte questionamento: como o incentivo da pesquisa científica entre crianças e adolescentes pode nos ajudar a melhorar o mundo?

*Este conteúdo pertence ao Sicredi Aliança PR/SP, que apoia projetos sociais em prol do crescimento social. Saiba mais sobre nós aqui.

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