
O esporte é para todas as idades
Atletas master provam que a prática de atividade física não precisa começar na infância
A rotina de treinos e competições não é exclusiva de atletas olímpicos ou profissionais. Todos os dias, milhares de pessoas praticam atividades físicas e se preparam para campeonatos locais, regionais e até mesmo internacionais, que não estão nos jornais ou que têm o mesmo apelo com o grande público. Ainda, também não existe limite de idade: nestes espaços, é comum ver crianças, adolescentes, adultos e idosos vivendo o esporte no seu dia a dia.
Um exemplo é Washington Ribeiro da Silva, 47 anos, de Orlândia (SP). Atleta master do atletismo, ele treina e compete em três provas: Salto em Distância, Salto Triplo e 100 metros rasos. A prática esportiva começou para melhorar a qualidade de vida, mas acabou trazendo novos objetivos: conquistar uma medalha em um torneio mundial.
O Colabore-se conversou com Washington sobre a prática esportiva e como incentivar o surgimento de novos atletas. A entrevista completa você confere a seguir.
Quando você começou a praticar corrida?
Comecei praticando corrida de rua em 2009 como forma de melhorar a minha saúde e qualidade de vida. Isso foi após um longo período afastado da prática de atividade física, já que durante minha infância e adolescência era praticante assíduo. Eram bons os tempos da Educação Física, quando aprendemos várias modalidades esportivas.
Quando você começou, o objetivo era chegar às competições?
O meu objetivo, primeiramente, era pessoal: conseguir correr alguns quilômetros em corridas de rua. Após alguns anos praticando corrida, já estava participando de várias provas, dentre elas a tradicional corrida de São Silvestre. Enfrentei então, um novo desafio: passar das provas de rua para as disputadas em pistas. Fiz alguns testes acompanhado por um professor especialista em atletismo e encontramos as provas ideais para mim: de velocidade e saltos.
E foi então que, em 2013, conheci o Atletismo Master e passei a competir com atletas dentro da minha faixa etária. Passei por um período de adaptação e tive que começar do zero. Após esse período, e por ter espírito de competidor, fui inserido em algumas provas, como a corrida de 100 metros rasos, salto em distância e, por último, salto triplo. Já nas primeiras provas obtive resultados satisfatórios, que me levaram a participar não só em provas regionais, mas também estaduais, nacionais e internacionais: Sulamericano de Clubes e o Grand Prix Mercosul de Atletismo Master 2021.
Quais as principais dificuldades enfrentadas por atletas no Brasil?
As dificuldades são muitas e vão desde conseguir locais para os treinos, como pistas, além de materiais e calçados adequados, e até profissionais preparados para trabalhar com atletismo. É muito difícil. O que pode amenizar um pouco é a existência de projetos sociais. Ainda, existem também as dificuldades com alimentação, médica e financeira, o que não depende da categoria; pode ser de base, sub-categorias, adulto ou master e acontece tanto nas cidades grandes como nas menores.
Do que você mais se orgulha na sua trajetória?
Hoje, sinto muito orgulho por ser espelho para crianças, jovens, adultos e masters. É compartilhar conhecimento, aprender, ouvir, ser ouvido, mudar e transformar vidas.
O que ainda quer conquistar?
Um objetivo, uma meta será disputar e conquistar uma medalha em um Mundial de Atletismo Master.

O que você acredita que falta para motivar novos atletas?
Hoje, no Brasil, o que falta para motivar novos atletas é a formação na base. O ideal é que essa base estivesse dentro das escolas desde o ensino fundamental, médio até o superior, como nos Estados Unidos. Falta apoio das esferas federal, estadual e municipal e do setor privado também, com parcerias. Para mim, seria esse o caminho.
Qual a sua mensagem para quem pensa em começar a praticar o atletismo? Tanto para crianças/jovens como para adultos.
Minha mensagem para todos é: pratique esporte! Esporte salva, esporte transforma, esporte é vida!
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