Café do bem: uma mesa de café da manhã farta de generosidade, compaixão e esperança

Voluntários do “Café do Bem” fazem café da manhã e dividem o pão para multiplicar a felicidade dos pacientes e acompanhantes no Hospital...

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Café do bem: uma mesa de café da manhã farta de generosidade, compaixão e esperança

Voluntários do “Café do Bem” fazem café da manhã e dividem o pão para multiplicar a felicidade dos pacientes e acompanhantes no Hospital do Câncer de Cascavel

É quinta-feira, 05h50 da manhã, e o Sérgio Cristian Bueno, proprietário do Restaurante Deodoros, já está de pé e com a mão na massa, preparando uma torta salgada para o café da manhã que vai alimentar o corpo e a alma de muita gente. 

Ele é um dos empresários que tornam possível a continuidade do Café do Bem, um projeto que, em todas as quintas e sextas-feiras, serve o café da manhã para pacientes e acompanhantes hospedados na Casa de Apoio do Hospital do Câncer de Cascavel (UOPECCAN).

Um projeto que serve o café da manhã na UOPECCAN

O Café do Bem nasceu em 2016, do desejo do coração de duas amigas — Aline Gobi e Nina Cortes — de fazerem algo a mais pelo próximo. 

“Nós já fazíamos a Páscoa do Bem, mas era só uma vez por ano, aí ficamos sabendo dessa necessidade que eles tinham e começamos a organizar o café da manhã”, conta Aline, 32 anos, voluntária do projeto.

Com o tempo, o Café do Bem foi ganhando novos apoiadores e realizadores, e hoje o grupo é formado por 21 pessoas que se dividem em equipes de três e semanalmente proporcionam este café da manhã, junto de acolhimento para os pacientes e acompanhantes. 

“O nosso projeto não se resume a trazer pão, porque isso é muito fácil. A gente gosta mesmo é de ficar lá conversando com eles, ouvindo as histórias de vida que eles contam, as vitórias do tratamento que eles compartilham e também as partes ruins, claro”, afirma Aline.

“A gente acaba fazendo amizades ali dentro com os pacientes, criando um vínculo. Por conta da pandemia e pela segurança deles, agora só podemos levar os alimentos, montar a mesa e sair, mas já estamos sentindo falta desse contato mais próximo com eles”, ela continua.

“São pessoas que estão enfrentando essa doença terrível, que têm um tratamento pesado e cheio de efeitos colaterais. Para piorar estão longe de casa e das pessoas que amam. Ter um pequeno conforto de tomar um café gostoso antes de enfrentar um dia cheio e difícil pode parecer pouco, mas pelos sorrisos e as palavras que recebemos quando estamos servindo o café, entendemos que esse pequeno gesto faz diferença para nossos pacientes”, acredita Lucas Savaris, 37 anos, voluntário do Café do Bem há três anos.

O Café do Bem foi ganhando novos apoiadores e realizadores

Além de toda a caridade e o espírito colaborativo que são as bases do projeto, os envolvidos do Café do Bem também precisam demonstrar muita disciplina, organização e responsabilidade, já que os atrasos não são permitidos.

Às 07h30 em ponto é preciso estar com a mesa posta e tocar o sino para convidar todos os hóspedes da Casa de Apoio a se servirem.

“Às vezes, no inverno, é difícil levantar da cama, não vou mentir. Mas quando eu chego lá, não tem como reclamar porque eles não reclamam de nada. Eles são muito gratos pelo que estão passando e pela forma como está sendo, com tratamento, com cuidado. É um tapa na nossa cara! Eu estou indo lá apenas levar o pão, mas poderia estar indo fazer um tratamento, então está tudo certo” comenta Aline.

“Acredito que o que fazemos é muito pouco perto do tanto que os pacientes precisam. Não é só café, alimento. É disponibilizar um pouco do tempo, do carinho, de boas intenções com pessoas que nem conheço e acredito que os pacientes se sintam um pouco mais ” amados” com o café”, conta Alessandra Anzoategui, 34 anos, que se dedica ao projeto há pouco mais de 3 anos e foi motivada justamente por acompanhar um conhecido que enfrentou a doença.

É disponibilizar um pouco do tempo, do carinho, de boas intenções com pessoas que nem conheço e acredito que os pacientes se sintam um pouco mais “amados” com o café”

De dentro do café da manhã

Eliane Cândida dos Santos é responsável pela cozinha da Casa de Apoio da UOPECCAN há 10 anos. Ela — e dezenas de pesquisas científicas — comprovam como a alimentação, o café da manhã por exemplo, pode contribuir com a melhora do câncer e diminuir as chances de mortalidade. 

“Antes deles, não servíamos o café da manhã. É uma coisa maravilhosa, eles são muito abençoados. Esse momento é muito importante. Os pacientes ficam ansiosos esperando os dias do café. É algo que contribui muito até para o processo de tratamento deles, porque eles recebem esse carinho da equipe toda e ficam ainda mais fortes com essa refeição. A gente que está no dia a dia consegue perceber a alegria deles. É um pequeno gesto que faz a diferença”, acredita.

“É um pequeno gesto que faz a diferença”

Colabore com o Café do Bem!

São várias as maneiras de fazer a sua parte e ajudar com o café da manhã! Você pode deixar um valor pago nas panificadoras Requinte ou Big Pão, que são parceiras do projeto, pode entrar em contato pelo telefone (45) 9 9984-4986 e doar alimentos como bolos, pães, tortas, chás, leite, café, sucos e bolachas.

E, caso não consiga fazer alguma destas três coisas, existe mais uma opção que está ao alcance de todos:

“Divulgue! Não só nas redes sociais, mas entre os conhecidos, para que possam contribuir com esse projeto e plantar uma sementinha, conscientizar os outros de que não estamos sozinhos”, pede a voluntária Alessandra.

*Este conteúdo pertence ao Sicredi Aliança PR/SP, que apoia projetos sociais em prol do crescimento social. Saiba mais sobre nós aqui.

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