Mas felizmente, diante de barrigas vazias, existem mãos estendidas
O interesse em ajudar as comunidades locais está no DNA do Sicredi e se materializou em donativos arrecadados pela campanha do “Dia de Cooperar” 2021
Corpo quentinho e comida na mesa. Já parou para pensar o que é ficar sem isso? Já imaginou não ter como aquecer um filho no frio congelante ou vê-lo se angustiar de fome e não ter como alimentá-lo? Dá um nó na garganta e um aperto no coração só de cogitar essas situações, certo?
As estatísticas deixam claro o quanto esse cenário foi agravado após a pandemia do coronavírus. Um relatório da Oxfam — confederação internacional que trabalha em busca de soluções para pobreza, desigualdade e injustiça —, divulgado recentemente, mostrou que até 11 pessoas podem morrer por minuto de fome e desnutrição no mundo até o fim de 2021.
O dado global é personificado nos rostos que vemos localmente: basta colocar os pés para fora de casa para perceber o quanto a rua se tornou moradia para mais pessoas nos últimos meses. E mesmo aquelas que ainda possuem teto, foram abaladas pelo desemprego e diminuição da renda.
Mas felizmente, diante de barrigas vazias, existem mãos estendidas. Foi o que comprovou a última edição do Dia C — Dia de Cooperar —, uma iniciativa que começou em 2009, em Minas Gerais, e foi abraçada nacionalmente por cooperativas de diferentes frentes — financeiras, de saúde ou produção.
Desde então, todos os anos, o primeiro sábado de julho é destinado à solidariedade, com equipes envolvidas em diferentes campanhas de arrecadação Brasil afora.
“Hoje o Dia C é a grande bandeira de cooperativas de todos os ramos. E mostra a força do voluntariado cooperativo! É fantástico ver o movimento gerado e vivenciar a força da cooperação. O Dia C se tornou um elo que conecta todas as cooperativas em prol de um mesmo objetivo. O que me dá mais orgulho é ver tanto colaboradores, quanto cooperados engajados em campanhas que visam o bem comum”, comenta André Alves de Assis, gerente de desenvolvimento do cooperativismo da Central Sicredi PR/SP/RJ.
Cada edição do Dia C também têm estratégias diferentes
O Dia C de 2021 na Sicredi Aliança PR/SP
Se cada ano tem suas particularidades, cada edição do Dia de Cooperar também têm estratégias diferentes. Em 2021, a campanha aconteceu da seguinte forma na Sicredi Aliança PR/SP: entre 03 de junho e 03 de julho, a cada R$ 100 investidos por cooperados em cota capital, a cooperativa se comprometeu em adquirir um quilo de alimento ou o equivalente em outros donativos.
“Fizemos o levantamento por agência do quanto isso corresponderia: foram 48 toneladas de doações, investimento de 125 mil reais. Cada agência adotou uma ou mais entidades e, assim, cada equipe entrou em contato com a entidade para entender qual era a principal necessidade”, explica Francielle Trento, assessora de desenvolvimento do cooperativismo da Sicredi Aliança PR/SP.
Esse formato foi o ideal para atender a carência identificada em 2021. “No ano passado, depois que começou a pandemia, nós destinamos boa parte do Fundo Social do Sicredi para a compra de equipamentos de proteção. Nessa frente, a gente conseguiu minimizar a falta de equipamentos”, esclarece Romeo Bauzan, superintendente da Fundação Sicredi.
“Este ano a gente viu que essa parte já estava bem atendida, enquanto percebemos que estavam faltando alimentos. Então focamos nossa ação nessa necessidade”, continua o superintendente.
Romeo Bauzan ainda acrescentou que a campanha deste ano teve adesão de 57 cooperativas do sistema Sicredi.
A escolha vai de encontro ao que diz o 7º princípio do cooperativismo: prezar pelo interesse pela comunidade, buscando o desenvolvimento sustentável dos lugares onde a cooperativa está inserida, incentivando projetos economicamente viáveis, ambientalmente corretos e socialmente justos.
“Esse é um fator relevante, porque às vezes são feitas campanhas nacionais que elegem um ou dois projetos e, assim, acaba que as comunidades menores, mais vulneráveis, não recebem recursos. No caso do Dia C, é diferente porque as iniciativas partem da necessidade de cada comunidade onde as cooperativas estão inseridas. O impacto positivo é muito maior, milhares e milhares de pessoas são beneficiadas”, pontua André.
Seu recurso aplicado na sua própria comunidade!
Quando um cooperado Sicredi doa, um ponto é certo: ele vai ver o dinheiro circular e ajudar o seu próprio município. Há sempre esse olhar voltado para o desenvolvimento da comunidade local.
Se você é de Marechal Cândido Rondon, cidade sede da Sicredi Aliança PR/SP, saiba que seu investimento em cota capital foi revertido em doações para o grupo “Mãos de Rosa”, por exemplo.
A associação foi formada por voluntários que se somaram ao que uma senhora chamada Rosa já fazia: cozinhava sopa para famílias necessitadas da vizinhança.
Juntos, os voluntários chegaram a servir sopa em diferentes bairros para 350, até 400 pessoas, mas tiveram que parar com essa atividade em vários momentos por conta da pandemia.
“E o que a gente faz nesse período? Nós temos uma sede emprestada para recolher todas as doações. Os legumes que recebemos dos mercados são distribuídos em kits para as famílias cadastradas. Então a gente faz essa ligação entre o que recebemos e as pessoas que precisam”, explica Mayara Cereja Schulz, tesoureira voluntária do grupo.
“A gente agradece muito a doação que veio da Sicredi, principalmente dos itens de higiene. Porque as pessoas quando doam, se preocupam primeiro com a alimentação, doam mais comida (e com razão!). Mas, a gente recebe doação de alimentos em maior quantidade, e o que não recebemos com tanta frequência são produtos de higiene. Então agradecemos muito essa arrecadação da Sicredi!”, complementa Mayara.
O Dia C fez muita diferença para o “Amigos do Bem”
Ainda em solo rondonense, a campanha do Dia C fez muita diferença para o grupo “Amigos do Bem”, coordenado por uma voluntária que percebeu o quanto existem gestantes precisando de auxílio para trazer uma nova vida ao mundo.
“Quando engravidei, fiz todo meu acompanhamento pelo SUS. E vi diversas situações, muitas mães que chegam sem condições, desesperadas, pensando em como vão cuidar dos filhos. E resolvi ajudar. Deixei meu contato em alguns postos, com médicos e enfermeiros”, conta Dany Fonseca, coordenadora do grupo.
“Auxiliamos as gestantes com o que elas precisam: com cestas básicas, produtos de limpeza; e o maior objetivo é a orientação. Formei um grupo de WhatsApp para dar toda assistência diferenciada para as gestantes. Espero a mãe completar 34 semanas de gestação para auxiliar no que está faltando para a chegada do bebê, algo do enxoval, da casa ou até mesmo emprego para o pai”, ela complementa.
“Vi o empenho de tantas pessoas que largaram seus afazeres para ajudar nessa campanha maravilhosa. É muito importante para gente, muitas famílias vão ser beneficiadas”
O cantinho de casa onde ficam os donativos é o “xodó” de Dany. O espaço de amor que ajuda a atender emergências foi preenchido com doações repassadas pela Sicredi: alimentos, leite e fraldas.
“Essa doação que recebemos da Sicredi só vem para somar! Às vezes, chegam pedidos tipo: ‘Dany, faltou meu arroz, faltou meu feijão, óleo, uma bolacha para as crianças’. Meu objetivo não é deixar a cesta na porta da casa e dar tchau! É socorrer sempre que preciso: ‘Dany, faltam tantos dias para eu receber, você pode me ajudar com um pacote de fralda? Pode me ajudar com um kg de sal?’. Aconteceu várias vezes de eu não ter doação em estoque para fornecer e cheguei a pedir no grupo se alguém tinha para tirar do próprio armário para doar”, Danny segue contando.
“Então, ter as doações para não precisar dessa correria, para poder atender a urgência de uma mãe que precisa de um leite, é muito bom! Quero agradecer a todos que fizeram esse trabalho. Vi o empenho de tantas pessoas que largaram seus afazeres para ajudar nessa campanha maravilhosa. É muito importante para gente, muitas famílias vão ser beneficiadas”, ela afirma com emoção!
80% das doações foram entregues ao “Fundo Social de Solidariedade
Agora, se você é paulista e contribuiu com o Dia C — Dia de Cooperar — da Sicredi, vai ficar feliz em saber que parte da sua contribuição foi encaminhada para o Fundo Social de Solidariedade de Barretos, que atende hoje cerca de 3.500 famílias em situação de vulnerabilidade, pobreza e extrema pobreza.
Em tempos pandêmicos, os cursos oferecidos pela organização ficaram impedidos e o atendimento se voltou tanto para o fornecimento de cestas básicas, como para a arrecadação e entrega de agasalhos e cobertores.
“Veio um frio muito inesperado aqui para Barretos este ano. Estamos acostumados com temperaturas na casa dos 20 graus e chegou a fazer 2, 3 graus apenas durante algumas noites. Então fizemos a campanha mais voltada para doação de cobertores”, comenta Michele Ribeiro de Oliveira, gerente da agência Sicredi de Barretos.
Em complemento, ela diz que alguns foram entregues pontualmente em casas de bairros mais necessitados, mas 80% das doações foram entregues ao Fundo Social de Solidariedade porque eles fazem o cadastro das famílias e sabem quem realmente precisa.
Os profissionais vestem a essência do cooperativismo
“Recebemos da Sicredi 100 cobertores que foram de extrema importância para ajudar a agasalhar 100 famílias carentes, proporcionando a elas um cuidado neste inverno. Além disso, os gerentes, ao saberem da necessidade de um freezer para armazenar doações de carnes, se prontificaram em colaborar, buscando o apoio para fazer essa doação ao Fundo Social. Estamos imensamente felizes com essa parceria com a Sicredi”, agradece Leticia.
Agentes de transformação social em ação permanente!
Antes de vestirem um uniforme ou um crachá com a logomarca do Sicredi estampada, os profissionais vestem a essência do cooperativismo: carregam dentro de si essa característica de cooperação.
Tanto é que, mesmo com a campanha interna do Dia C em vigor, colaboradores das agências de Marechal Cândido Rondon ainda organizaram outra ação para somar ao movimento.
“Tivemos uma ação conjunta com outras 10 cooperativas e a associação comercial. Durante dois finais de semana nossos colaboradores foram até os supermercados fazer uma panfletagem e arrecadação. Conseguimos arrecadar mais 6 toneladas de alimentos! É um trabalho totalmente voluntário, nossas equipes se doam para fazer essas atividades”, comemora a assessora de desenvolvimento do cooperativismo da Sicredi, Francielle Trento.
Por isso, mais do que uma campanha pontual, o Dia de Cooperar se perpetua em outras tantas atitudes que fazem parte do cotidiano do Sicredi.
“A gente percebe claramente que está todo mundo muito imbuído de ajudar quem precisa. Percebemos que podemos fazer a diferença com pouco. A pandemia foi um grande teste de cidadania. E o Dia C é um grande exemplo de cooperação e voluntariado. Daqui para frente, mesmo acabando o momento pandêmico, tenho certeza que vamos continuar com esse espírito solidário sempre vivo. Afinal, somos agentes de transformação social!”, finaliza Romeo Bauzan, superintendente da Fundação Sicredi.
*Este conteúdo pertence ao Sicredi Aliança PR/SP, que apoia projetos sociais em prol do crescimento social. Saiba mais sobre nós aqui.
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